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Por Bp. Jônatas Silveira
Em um mundo sedento por esperança e direção, somos chamados a ser Luz para os Povos. Essa não é apenas uma designação, mas uma identidade que nos conecta a um propósito maior: levar a luz da salvação a todos os cantos da Terra. Como nos lembra Isaías 42:6, “Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, te guardarei, e te farei mediador com o povo e luz para os povos”. Este chamado nos impulsiona a viver uma fé ativa, transformando vidas e impactando gerações.
O Cenário Desafiador do Exílio: Para entender a magnitude da fé de Daniel, precisamos olhar para o seu contexto. Após a morte de Salomão, o reino de Israel se dividiu, e tanto Israel quanto Judá se afastaram de Deus, mergulhando na idolatria. Essa desobediência levou à queda: Israel para os assírios (722 a.C.) e Judá para a Babilônia (586 a.C.). Foi nesse cenário que Daniel, ainda adolescente, foi levado para o exílio, diretamente para o “terreno do inimigo”. Assim como Daniel, nós, crentes de hoje, também caminhamos em um mundo que muitas vezes parece sem Deus, enfrentando tentações diárias.
O rei Nabucodonosor, que sitiou Jerusalém e levou Jeoaquim cativo, tinha critérios específicos para os jovens que seriam treinados: sem defeito físico, de boa aparência, cultos e inteligentes. Ele valorizava a aparência, a inteligência e a capacidade. Essa preocupação do mundo com a aparência externa e as habilidades permanece até hoje, mas Deus, em contraste, valoriza o coração e o caráter.
A Decisão Inabalável de Daniel: O mundo sempre tenta nos conformar aos seus padrões (Romanos 12:2). Daniel não foi diferente. Ele recebeu um novo nome e uma nova identidade, uma pressão cultural clara para se assimilar. No entanto, sua fidelidade a Deus permaneceu inabalável.
O rei havia designado uma porção diária de sua própria comida e vinho para Daniel e seus amigos. Mas Daniel tomou uma decisão firme: ele se recusou a se tornar impuro com a comida e o vinho do rei. Ele aceitou o aprendizado e a cultura babilônica que não ofendiam a Deus, mas traçou um limite claro para aquilo que comprometia sua fé. Desde jovem, Daniel determinou quem ele seria. Estabelecer limites claros no início é um posicionamento essencial para uma vida de fidelidade.
Daniel então propôs uma experiência ousada ao encarregado: “Peço-lhe que faça uma experiência durante dez dias: só vegetais para comer e água para beber”. Ele confiava que Deus o honraria. Essa convicção firme é fundamental para resistir à pressão do mundo e demonstra uma profunda confiança nas promessas de Deus. É assim que honramos a Deus, e quando você honra a Deus, Ele também te honra.
O Princípio da Honra: Daniel vs. Belsazar: A fidelidade de Daniel contrasta dramaticamente com a desonra de Belsazar, filho de Nabucodonosor. No capítulo 5, Daniel foi chamado por Belsazar para interpretar uma mensagem de juízo escrita na parede. Por que o juízo? Porque Belsazar, em um banquete, ousou usar utensílios sagrados do Templo de Jerusalém para adorar outros deuses, desonrando abertamente a Deus. A consequência foi imediata e fatal: naquela mesma noite, Belsazar foi morto, e Dario assumiu o trono.
Aqui, vemos um princípio poderoso em ação: Daniel honrou a Deus e foi honrado por Ele; Belsazar desonrou a Deus e morreu por sua desonra. Há algo crucial a aprender: “O princípio que você honra te honra, mas o princípio que você quebra te quebra”.
Frutos da Fidelidade: Após os dez dias da “dieta” de Daniel, ele e seus amigos “pareciam mais saudáveis e mais fortes que os outros”. Isso é uma prova visível de que Deus honra aqueles que se mantêm fiéis. Servir a Deus traz benefícios não apenas espirituais, mas também visíveis em nossas vidas. O encarregado, vendo o resultado, passou a lhes dar apenas vegetais.
Mesmo jovem e exilado, Daniel influenciou mudanças significativas. Isso nos ensina que mudanças maiores, aquelas que transformam ambientes, começam com fidelidade nas pequenas coisas. “Mude as coisas pequenas em primeiro lugar. As pequenas decisões têm um grande impacto nas nossas vidas. Comece mudando coisas pequenas e Deus vai te usar nas grandes”.
Além da saúde, Deus concedeu algo ainda mais valioso a Daniel e seus amigos: “sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência”. Deus busca pessoas dispostas a ir além. Daniel, um prisioneiro, conseguiu mudar o contexto em que estava por meio da sabedoria e do favor de Deus. Na hora da avaliação do rei, Daniel e seus amigos foram considerados dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores da Babilônia. Assim como eles, o crente de hoje enfrentará provas e deverá estar preparado para dar testemunho de sua fé.
Um Legado de Posicionamento: A fidelidade de Daniel não foi um evento isolado. Ele “permaneceu ali até o primeiro ano do rei Ciro”. Isso significa que Daniel permaneceu fiel e relevante ao longo de vários reinados e impérios. Deus honra aqueles que se posicionam firmemente.
Conclusão: Um Coração em Chamas para Deus: Daniel foi extraordinário porque seus posicionamentos foram firmes, ancorados em princípios, e não em sentimentos ou circunstâncias. Nossos posicionamentos moldam nosso futuro, são provas de maturidade espiritual e resistência às pressões culturais.
Por outro lado, aqueles que apenas “observam” o mover de Deus, mantendo distância, tendem a desenvolver perspectivas equivocadas, críticas infundadas e a ausência de frutos. Lembre-se: Proximidade com Deus gera revelação; distância gera crítica e confusão. Como na história bíblica, quem se envolve no mover de Deus participa de Suas promessas.
Deus não nos chama para observar, mas para viver e ser parte do avivamento, sendo testemunhas do Seu poder. A vida de Daniel ilustra que não é necessário ter posição ou fama para ser usado grandemente por Deus. Ele busca corações disponíveis e posicionados para grandes obras.
O chamado para você hoje é sair da posição de observador e assumir o compromisso de viver plenamente os propósitos de Deus, com um coração em chamas, disposto a ser uma testemunha viva do poder do Espírito Santo em sua geração.
TRANSFORMANDO O MUNDO, UMA VIDA DE CADA VEZ.
Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, te guardarei, e te farei mediador com o povo e luz para os povos” (Isaías 42:6).
Luz Para Os Povos – Ministério Apostólico – Brasil
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